segunda-feira, outubro 27, 2025
Casa Região Brasil pode ter mais de 1 milhão de pessoas com Parkinson em 2060, aponta estudo

Brasil pode ter mais de 1 milhão de pessoas com Parkinson em 2060, aponta estudo

por admin
0 Comente
brasil-pode-ter-mais-de-1-milhao-de-pessoas-com-parkinson-em-2060,-aponta-estudo

Publicado recentemente na revista científica The Lancet Regional Health – Americas, um estudo inédito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) estima que mais de 500 mil brasileiros com 50 anos ou mais vivem atualmente com a Doença de Parkinson. No entanto, o número pode mais que dobrar até 2060, ultrapassando 1,2 milhão de casos, aponta o estudo.

De acordo com o médico neurologista e um dos autores do trabalho, Artur F. Schumacher Schuh, o principal fator de risco para a doença de Parkinson é o envelhecimento populacional.

Os dados foram retirados do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil).

O estudo analisou 9.881 pessoas com 50 anos ou mais em todas as regiões do Brasil. A maior parte dos diagnósticos aparece em estágios avançados da doença. Ou seja, a doença de Parkinson tem passado despercebida nos sinais iniciais.

“Os principais sintomas que começam com a doença de Parkinson é a lentidão dos movimentos, movimentos lentos, rigidez muscular e o clássico tremor, que as pessoas associam ao Parkinson, mas nem todo Parkinson treme”, explica o pesquisador.

E a culpa não é só da falta de informação da população.

“Por uma falta de especialistas, por uma falta de conhecimento sobre o assunto, a gente precisa se preparar para esse cenário onde a gente vai ter muito mais pessoas vivendo com as levitações que o Parkinson provoca”, aponta o médico.

Homens, AVCs e depressão

Os dados revelam ainda que os homens são mais afetados que as mulheres — um padrão observado também em outros países. E as pessoas com Parkinson costumam ter outras condições associadas, como depressão e acidente vascular cerebral (AVC).

“Depressão é um sintoma típico do paciente que tem Parkinson. A gente viu que eles estão associados com AVC. Isso pode ser também por um diagnóstico que pode se confundir de AVC e Parkinson, mas outros estudos epidemiológicos também mostraram essas associações”, comenta.

Além disso, o estudo aponta que pessoas com Parkinson têm mais comorbidades e consequentemente, relatam maior dependência funcional, maior uso de cadeiras de rodas, mais visitas médicas, e mais dificuldade para locomoção.

A Doença de Parkinson afeta a capacidade do cérebro de controlar os movimentos, levando a tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos e alterações de marcha e equilíbrio — Foto: StockSnap para Pixabay

Regiões

Entre os achados da pesquisa, um dado curioso: a região Norte do país apresentou o menor número de casos autorrelatados, mas isso não significa que o Parkinson seja raro no local.

“A gente não acredita que é [raro] porque tenha menos Parkinson lá, mas a gente acredita que é porque tenha menos reconhecimento da doença”, alerta Schuh.

Viver com Parkinson

Apesar de não ter cura, a doença tem tratamento.

“Os pacientes melhoram bem. São pacientes que podem ter grandes limitações funcionais, mas a gente consegue tratar eles de uma maneira bastante boa, tanto com medicamento quanto com cirurgia”, comenta.

Mas para isso acontecer, o Brasil precisa agir, segundo o pesquisador. Com a população envelhecendo, o sistema de saúde precisa estar preparado para acolher, diagnosticar e tratar essas pessoas. Hoje, estamos atrasados.

O estudo é um apelo à política pública para desenvolver um plano nacional de enfrentamento ao Parkinson.

VÍDEOS: Tudo sobre o RS

você pode gostar

SAIBA QUEM SOMOS

Somos um dos maiores portais de noticias de toda nossa região, estamos focados em levar as melhores noticias até você, para que fique sempre atualizado com os acontecimentos do momento.

categorias noticias

noticias recentes

as mais lidas

News Post 2025 © Todos direitos reservados